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Direito Animal e Medicina Veterinária Legal: A Crueldade no Entretenimento e a Luta pela Proteção dos Animais

  • Foto do escritor: Instituto Saúde Única
    Instituto Saúde Única
  • 5 de jun.
  • 3 min de leitura

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O Direito Animal e a Medicina Veterinária Legal são áreas fundamentais para a proteção dos animais contra práticas abusivas e cruéis. No Brasil, eventos como "rodeios e vaquejadas" são frequentemente defendidos como manifestações culturais, mas a realidade por trás dessas atividades revela um cenário de extremo sofrimento animal. A legislação brasileira, embora reconheça a necessidade de proteção dos animais, ainda enfrenta desafios para garantir que práticas de entretenimento não sejam justificativas para maus-tratos.


A Realidade dos Rodeios e Vaquejadas

Os rodeios e vaquejadas envolvem a submissão de animais a situações de estresse intenso, dor e risco de lesões graves. Durante essas competições, bois e cavalos são forçados a realizar movimentos bruscos, muitas vezes induzidos por instrumentos que causam dor, como esporas, sedém e choques elétricos. Na vaquejada, por exemplo, o objetivo é derrubar o boi puxando-o pelo rabo, o que pode resultar em fraturas, lesões musculares e de coluna, e até morte do animal.


Apesar das evidências científicas que comprovam o sofrimento dos animais, a Emenda Constitucional nº 96/2017 permitiu a continuidade da vaquejada no Brasil, classificando-a como patrimônio cultural imaterial. Essa decisão gerou grande controvérsia, pois ignora estudos que demonstram os impactos negativos da prática sobre o bem-estar animal.


O Papel da Medicina Veterinária Legal

A Medicina Veterinária Legal desempenha um papel crucial na identificação e documentação de maus-tratos em eventos de entretenimento. Médicos veterinários especializados realizam perícias para avaliar o estado físico dos animais e determinar se houve abuso ou negligência. Além disso, esses profissionais contribuem para a formulação de políticas públicas que visam a proteção dos direitos dos animais.


A Resolução CFMV nº 1236/2018 define e caracteriza crueldade, abuso e maus-tratos contra animais vertebrados, estabelecendo diretrizes para a atuação de médicos veterinários e zootecnistas. Essa norma reforça a necessidade de fiscalização rigorosa em eventos que envolvem animais, garantindo que práticas cruéis sejam identificadas e combatidas.


No entanto, práticas consideradas "esporte" ou "entretenimento", envolvendo animais, são inadmissíveis, por conta da exploração e sofrimento animal intrínsecos.


Direito Animal e a Luta Contra os Maus-Tratos

O Direito Animal busca garantir que os animais sejam reconhecidos como seres sencientes, ou seja, capazes de sentir dor, medo e sofrimento. A Constituição Federal, em seu artigo 225, proíbe práticas que submetam os animais a crueldade, mas a interpretação desse princípio ainda gera debates jurídicos. O Supremo Tribunal Federal (STF), em decisões anteriores, já reconheceu que a vaquejada causa sofrimento aos animais, mas a regulamentação da prática continua sendo um obstáculo para sua proibição definitiva.


Organizações de Defesa Animal e juristas especializados continuam pressionando por mudanças na legislação, argumentando que a cultura não pode ser usada como justificativa para infligir sofrimento a seres vivos. A conscientização da sociedade e o fortalecimento das leis de proteção animal são essenciais para garantir que práticas cruéis sejam abolidas.


Conclusão

Os rodeios e vaquejadas representam um dos maiores desafios para o Direito Animal e a Medicina Veterinária Legal no Brasil. Embora sejam defendidos como manifestações culturais, essas práticas submetem os animais a condições de extremo sofrimento. A luta pela proteção animal exige fiscalização rigorosa, mudanças legislativas e conscientização da sociedade para garantir que o entretenimento nunca seja justificativa para a crueldade.


A evolução do reconhecimento dos direitos dos animais é um caminho sem volta. O respeito à vida e ao bem-estar animal deve prevalecer sobre tradições que perpetuam o sofrimento. Afinal, uma sociedade verdadeiramente ética é aquela que protege os mais vulneráveis, independentemente da espécie.

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