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Neste espaço, compartilhamos um pouco da nossa experiência

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Introdução

A Constituição Federal de 1988 transformou o ordenamento jurídico brasileiro ao reconhecer direitos fundamentais e estabelecer deveres do Estado e da sociedade. Entre essas inovações, a Carta de 1988 consagrou proteção constitucional ao meio ambiente e, no mesmo movimento, à fauna e à dignidade dos animais, criando bases jurídicas e políticas públicas que vêm impulsionando avanços concretos na defesa dos direitos animais.


Artigo 225 da Constituição Federal

O artigo 225 estabelece o direito de todos a um meio ambiente ecologicamente equilibrado e impõe ao poder público e à coletividade o dever de defendê‑lo e preservá‑lo. No rol de medidas destinadas a assegurar esse direito, o §1º, inciso VII, determina expressamente a proteção da fauna e veda, na forma da lei, práticas que submetam os animais à crueldade. Esse dispositivo elevou a proteção animal ao nível constitucional, formando um fundamento normativo para legislações infraconstitucionais, ações administrativas e decisões judiciais que consideram a prevenção da crueldade e a promoção do bem‑estar animal como exigências de ordem pública.


Artigo 23 e a responsabilização federativa compartilhada

O artigo 23 define competências comuns da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entre as quais está a proteção do meio ambiente e a promoção do bem‑estar social. Essa repartição de competências legitima a atuação integrada entre os entes federativos para criar, implementar e fiscalizar políticas públicas voltadas à proteção dos animais. A norma constitucional, portanto, não apenas aponta objetivos, mas organiza institucionalmente a responsabilidade pela sua concretização em diferentes níveis de governo.


Contribuições concretas da Constituição para a defesa dos animais

  • Fundamento jurídico para leis e políticas públicas. A vedação constitucional à crueldade e o dever de proteção orientaram a edição de leis estaduais e municipais que tipificam maus‑tratos, regulam abrigos, estabelecem protocolos de resgate e disciplinam o comércio e guarda responsáveis de animais.

  • Instrumento para decisões judiciais e ações civis. Tribunais passaram a reconhecer a proteção animal como interesse difuso e coletivo, possibilitando ações civis públicas e providências cautelares destinadas a resgatar animais, punir infratores e garantir condições de bem‑estar.

  • Base para programas intergovernamentais. A competência comum autorizou campanhas educativas, vacinação e controle populacional por meio de programas conjuntos entre estados e municípios, articulados com a União.

  • Incentivo à consciência social. A inclusão constitucional da proteção à fauna reforçou a dimensão ética e cultural das políticas públicas, estimulando iniciativas de educação ambiental e mobilização da sociedade civil em defesa dos animais.


Desafios persistentes e caminhos a seguir

  • Implementação desigual. A aplicação das normas varia muito entre entes federativos, exigindo maior coordenação, financiamento e capacitação técnica nos níveis locais.

  • Lacunas legislativas e normativas. A vedação à crueldade precisa ser aprofundada por regras claras sobre bem‑estar em diferentes contextos (produção animal, entretenimento, pesquisa), assegurando proteção efetiva sem exceções que comprometam a dignidade animal.

  • Fiscalização e punição eficazes. Reforçar órgãos de controle, estrutura policial e mecanismos processuais é essencial para transformar normas em resultados concretos.

  • Educação e mudança cultural. Políticas de promoção do respeito aos animais, integradas ao ensino formal e às campanhas públicas, são cruciais para sustentabilidade das conquistas jurídicas.


Conclusão

A Constituição de 1988 deu um salto normativo ao colocar a proteção da fauna e a vedação da crueldade no núcleo dos direitos ambientais, além de distribuir responsabilidades entre todos os entes federativos, o que ampliou as possibilidades de ação estatal e coletiva. Esse marco constitucional não encerra a luta pela dignidade animal, mas constitui alicerce indispensável: exige legislação eficaz, cooperação federativa, fiscalização robusta e mudança cultural contínua para que os avanços previstos no texto constitucional se traduzam em proteção real e duradoura para os animais.

 
 
 
  • Foto do escritor: Instituto Saúde Única
    Instituto Saúde Única
  • 17 de jul.
  • 2 min de leitura

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No Instituto Saúde Única, reforçamos constantemente um alerta que nunca deve cair no esquecimento: maus-tratos contra animais são crime e devem ser denunciados à polícia! 🐶🐱🐴


Se você testemunhar ou souber de alguma situação de violência ou negligência contra um animal, saiba que é possível agir de forma segura e eficaz. Abaixo, explicamos o passo a passo para registrar a denúncia:


🕵️‍♂️ Passo a passo para denunciar crimes contra animais


  • Reúna todas as evidências disponíveis: fotos, vídeos, documentos, mensagens, etc.

  • Busque testemunhas que presenciaram o crime ou que possam fornecer informações relevantes.

  • Dirija-se à Delegacia mais próxima e registre a ocorrência formalmente.


🚨 Em caso de flagrante, não hesite:


  • Ligue imediatamente para a Polícia Militar (190).

  • Se houver necessidade de reforço ambiental, acione a Polícia Militar de Meio Ambiente.

  • Quando o animal estiver em risco em propriedade privada, o Corpo de Bombeiros pode ser chamado para resgate e registro da ocorrência.


🩺 E após a denúncia, o cuidado continua!


Um animal retirado de situação de maus-tratos precisa de atenção imediata:

  • 🐕‍🦺 Atendimento veterinário de urgência, para tratar ferimentos, avaliar estado de saúde e garantir bem-estar.

  • 🏠 Acolhimento seguro: esse animal não pode voltar ao local de onde foi resgatado.

🫂

Quem pode acolher?

  1. Preferencialmente, um familiar responsável, como fiel depositário.

  2. Em seguida, alguém da comunidade que realizou ou apoiou a denúncia.

  3. Caso não haja essas opções, a responsabilidade recai sobre a Prefeitura, que deve providenciar abrigo e acompanhamento adequado.


🐾 Cada passo importa — da denúncia ao acolhimento. Cuidar é um ato de coragem e compromisso com a vida.


📄 Após a denúncia


Com o boletim de ocorrência em mãos, envie o documento em formato PDF, junto com todas as evidências reunidas, para o Instituto Saúde Única.


O nosso time jurídico, em parceria com o escritório @direitoanimalbrasil, tomará as medidas legais cabíveis, representando o caso oficialmente e acompanhando a investigação junto às autoridades responsáveis.


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🌿 Denunciar é proteger! Ao se posicionar contra os maus-tratos, você está ajudando a salvar vidas e promovendo uma sociedade mais justa e empática com todos os seres.


Se tiver dúvidas ou quiser compartilhar alguma situação, entre em contato conosco. Juntos, somos a voz dos que não podem falar.

 
 
 
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Em um país onde a desigualdade social se reflete até no lixo, os catadores de materiais recicláveis são protagonistas invisíveis de uma revolução silenciosa. Chamá-los de “agentes ambientais” pode parecer elogioso, mas essa substituição esconde uma armadilha: a perda de identidade e o apagamento de uma luta histórica.


📜 Uma trajetória de resistência e dignidade

O termo “catador” não é apenas uma descrição funcional — é um símbolo de resistência. Ao longo das últimas décadas, milhares de trabalhadores se organizaram em cooperativas, movimentos sociais e redes de apoio para reivindicar direitos, reconhecimento e dignidade. O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) é um exemplo vivo dessa mobilização.

Trocar esse nome por “agente ambiental” pode parecer uma tentativa de valorização, mas na prática, dilui a especificidade da profissão, confunde a sociedade sobre quem realmente atua na coleta seletiva e enfraquece as políticas públicas voltadas para essa categoria.


🏚️ Do lixão à cidadania

Em muitos municípios brasileiros, famílias inteiras — e até animais — sobrevivem em condições precárias nos lixões. Para essas pessoas, a atividade de catador é mais do que trabalho: é um resgate de dignidade. É por meio da coleta de recicláveis que conseguem sair dos lixões e obter renda, autonomia e inclusão social.

Histórias reais mostram que, ao serem reconhecidos como catadores, com acesso a equipamentos, formação e apoio institucional, muitos deixaram os lixões e passaram a viver com mais segurança, saúde e respeito. Não é o nome genérico que transforma vidas, mas o reconhecimento da profissão e da luta que ela carrega.


🌱 Valorização sem apagamento

Sim, os catadores são agentes da sustentabilidade. Mas isso não significa que devamos apagar sua identidade. O caminho para a valorização passa por:

  • Reconhecimento formal da profissão

  • Apoio às cooperativas

  • Educação ambiental que destaque o papel dos catadores

  • Políticas públicas que garantam segurança, saúde e renda


📣 Conclusão

Chamar um catador de “agente ambiental” pode parecer nobre, mas é preciso ouvir quem vive essa realidade. A verdadeira valorização começa com o respeito à identidade, à história e à luta de quem transforma o lixo em esperança.


 
 
 

O Instituto Saúde Única é uma instituição sem fins lucrativos, fundada em 03 de novembro de 2023, no Dia Mundial da Saúde Única. Com sede em Minas Gerais, nossa missão é promover e desenvolver ações que visem à defesa, preservação e reparação do meio ambiente, além de valorizar a diversidade cultural e socioeconômica das comunidades.

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