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Agentes ambientais? A identidade da classe de Catadores de Material Reciclável

  • Foto do escritor: Instituto Saúde Única
    Instituto Saúde Única
  • 14 de jul.
  • 2 min de leitura
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Em um país onde a desigualdade social se reflete até no lixo, os catadores de materiais recicláveis são protagonistas invisíveis de uma revolução silenciosa. Chamá-los de “agentes ambientais” pode parecer elogioso, mas essa substituição esconde uma armadilha: a perda de identidade e o apagamento de uma luta histórica.


📜 Uma trajetória de resistência e dignidade

O termo “catador” não é apenas uma descrição funcional — é um símbolo de resistência. Ao longo das últimas décadas, milhares de trabalhadores se organizaram em cooperativas, movimentos sociais e redes de apoio para reivindicar direitos, reconhecimento e dignidade. O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) é um exemplo vivo dessa mobilização.

Trocar esse nome por “agente ambiental” pode parecer uma tentativa de valorização, mas na prática, dilui a especificidade da profissão, confunde a sociedade sobre quem realmente atua na coleta seletiva e enfraquece as políticas públicas voltadas para essa categoria.


🏚️ Do lixão à cidadania

Em muitos municípios brasileiros, famílias inteiras — e até animais — sobrevivem em condições precárias nos lixões. Para essas pessoas, a atividade de catador é mais do que trabalho: é um resgate de dignidade. É por meio da coleta de recicláveis que conseguem sair dos lixões e obter renda, autonomia e inclusão social.

Histórias reais mostram que, ao serem reconhecidos como catadores, com acesso a equipamentos, formação e apoio institucional, muitos deixaram os lixões e passaram a viver com mais segurança, saúde e respeito. Não é o nome genérico que transforma vidas, mas o reconhecimento da profissão e da luta que ela carrega.


🌱 Valorização sem apagamento

Sim, os catadores são agentes da sustentabilidade. Mas isso não significa que devamos apagar sua identidade. O caminho para a valorização passa por:

  • Reconhecimento formal da profissão

  • Apoio às cooperativas

  • Educação ambiental que destaque o papel dos catadores

  • Políticas públicas que garantam segurança, saúde e renda


📣 Conclusão

Chamar um catador de “agente ambiental” pode parecer nobre, mas é preciso ouvir quem vive essa realidade. A verdadeira valorização começa com o respeito à identidade, à história e à luta de quem transforma o lixo em esperança.


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